Rio Preto e América se enfrentam hoje, a partir das 10 horas, no estádio Anísio Haddad, em Rio Preto, para o 63º derby da cidade, válido pela 3ª rodada do Campeonato Paulista da Série A-2. Depois de uma semana de dificuldades extra campo para os dois times, principalmente pelos salários atrasados, os jogadores entram em campo para o jogo mais esperado na cidade.
Apesar de vir de um empate contra o União São João, em Araras, o Jacaré busca a reabilitação, uma vez que foi derrotado na estreia pelo Monte Azul, jogando no Riopretão com portões fechados. “Será nossa estreia em casa com torcida, sabemos que é um jogo de muita rivalidade entre as equipes, e quem errar menos sai com a vitória. Será ótimo se for o Rio Preto”, disse o volante Juninho, de 21 anos, que ganhou a vaga no meio-de-campo do suspenso Ezio, expulso em Araras.
O prata da casa do Noroeste está emprestado ao Rio Preto até o final do A-2 e conhece bem a rivalidade de derbys. “Naquela região os derbys são Noroeste contra o Marília, contra o Linense”, emendou Juninho, que defendeu o time de Bauru nos últimos quatro anos.
Outras novidades para o técnico Betão Alcântara no jogo estão no banco de reservas. Depois do lateral paraguai Osmar Nicolas e do meia-atacante Marcos Cuscuz, o zagueiro Hélio e o meia-atacante Romarinho tiveram suas documentações regularizadas. Estão pendentes ainda as documentações do zagueiro paraguai Celso González, do volante André Petroni, dos atacantes Marlon e Crison Costa, e do também zagueiro Léo Casula.
Em campo, uma das apostas do Jacaré é o meia Marcus Vinícius, autor do gol em Araras, que está no clube desde a Copa Paulista de 2009. Naquele ano, ele jogou dois derbys pelo Jacaré. “No segundo, aqui no Riopretão, tive a felicidade de fazer o gol da vitória de 2 a 1”, lembrou o armador. “Tomara que consiga marcar novamente, precisamos da vitória.”
No América, o técnico Edmilson de Jesus terá o retorno do volante Reinaldo - que depois de ser expulso na vitória de 3 a 2 sobre o Marília fora de casa, na estreia do A-2, cumpriu suspensão automática no empate de 1 a 1 com a Ferroviária, quarta-feira passada, no Teixeirão.
Betão e Rodrigo Ribeiro sofreram contraturas musculares na coxa esquerda e são dúvidas para o clássico de hoje. “Vamos fazer um teste antes do jogo para saber se os dois jogadores têm condições de jogar”, disse o fisioterapeuta do América, João Henrique Agostinho.
Com a volta de Reinaldo, o jovem Gelson deve ser deslocado para a vaga de Betão na lateral esquerda. Caso Rodrigo Ribeiro não entre em campo, Jesus pode iniciar o derby com o volante Lucas.
O zagueiro Herbert disse que a meta traçada pelo time americano era de conquistar de nove a sete pontos nas três primeiras rodadas. “Era claro que nós tínhamos consciência das dificuldades de fazermos dois jogos fora de casa, sendo um deles o derby. Estamos dentro de tudo que foi traçado e vamos lutar para encerrar a terceira rodada com sete pontos”, disse o “xerifão”. “Sabemos que o Rio Preto tem jogadores jovens.
Assistimos pela internet alguns trechos do jogo contra o União São João, em Araras. Por isso, temos de ter cuidade”, acrescentou. Os ingressos serão vendidos hoje apenas nas bilheterias do Riopretão, aos preços de R$ 10, no setor de arquibancadas, e R$ 20 nas cadeiras cobertas. Estudantes com carteirinha da UNE e Umes, mulheres, crianças de 5 a 12 anos acompanhadas dos pais ou responsáveis, aposentados e maiores de 65 anos têm direito a meia-entrada, em qualquer setor. A torcida do América terá acesso ao estádio pelo portão 3, na rua Serafim Corrêa de Andrade, ao lado da Alarme. Já do Rio Preto entrará pelos portões 1 e 2.
Ficha técnica:
Rio Preto
Rafael; Marcelo Ferreira, Luciano, Ronaldo e Osmar Nicolas; Sérgio Manoel, Juninho, Geovane e Marcus Vinícius; Jô e Gláucio. Técnico: Betão Alcântara.
América
Dida; Cláudio, Herbert, Thiago Costa e Betão (Gelson); Reinaldo, Tiago Gaúcho, Rodrigo Costa e Rodrigo Ribeiro (Lucas); Rodolfo e Manoel. Técnico: Edmilson de Jesus.
Árbitro: Antônio Rogério Batista do Prado. Local: estádio Anísio Haddad, em Rio Preto, hoje, às 10 horas, com transmissão ao vivo pela Rede Vida de Televisão. Ingressos: R$ 10 (arquibancada geral) e R$ 20 (cadeira coberta). Há meia-entrada nos dois setores para estudantes com carteirinha da UNE ou Umes, mulheres, crianças de 5 a 12 anos acompanhadas dos pais ou responsáveis, aposentados e maiores de 65 anos.
Galera faz festa no Riopretão
O torcedor de Rio Preto e América promete fazer barulho hoje, do início ao fim, e empurrar suas equipes à vitória no Derby 63. A convite do Diário da Região, integrantes das torcidas organizadas Fanáticos, do Jacaré, e Amor e Lealdade, do Rubro, estiveram no Riopretão na última sexta-feira prometendo espetáculo nas arquibancadas. Apesar do clima amistoso, provocações não faltaram. “Defendemos uma invencibilidade de um ano e dez meses e vamos repetir os ‘5 a 1 neles’ de 2001”, disse o estudante Rodrigo Ferreira Pereira.
“Não existe rivalidade, com um placar de 33 a 10 não há o que falar”, rebateu Ricardo Rocha, 32, securitário, sobre o placar de vitórias do Rubro no histórico dos derbys. “O Rio Preto é o time rojão de três tiros. Subiu, ficou três meses e desceu”, emendou.
Apesar do momento conturbado no América, os torcedores fazem questão de se colocarem ao lado dos jogadores. “Esses problemas de falta de salário só atrapalham, mas acreditamos nos atletas, que são 100% profissionais e capazes e tenho certeza que não vão amolecer”, disse o profissional liberal Marcelo Berti, 30.
O esmeraldino Raoni Ramos Reis, 21 anos, estudante, foi ao estádio pela primeira vez no derby 51, dia 18 de março de 2001, no Riopretão, que terminou empatado em 2 a 2. “Depois que o time caiu comecei a vir em todos os jogos”, ressaltou o torcedor. “O pessoal tem de vir e torcer em paz. A rivalidade fica dentro das quatro linhas, com os times brigando para vencer e claro que seremos nós”, emendou.
Os americanos prometem tomar o estádio do Jacaré hoje e estar presente em maior número. “Estamos na expectativa há um ano por esse derby e agora com a regionalização vai ser melhor ainda, pois teremos a volta no Teixeirão”, disse o estudante Wesley Campofredo, 18 anos.
Eles já vivenciaram o derby
Hoje no Rio Preto, o volante Geovane já jogou quatro derbys, mas todos com a camisa do América. “Não perdi nenhum, foram dois empates e duas vitórias”, disse o capitão do Jacaré, que jogou no 1 a 1 e no 3 a 1 para o Rubro, ambos pela Copa Paulista de 2003, e no 1 a 0 e 0 a 0 pela mesma competição do ano seguinte. “É um jogo definido em detalhes, exige muita concentração. Vencendo esse derby temos tudo para ficar próximos ao G-4”, emendou.
Depois que deixou o América, Geovane rodou por Catanduvense, Guaratinguetá, Anapolina-GO, Galo Maringá-PR, Paysandu, Francana, Portuguesa Santista, Santa Cruz-PE e Central-PE. “Respeito o América, por ser o clube que me revelou, mas hoje minha casa é o Rio Preto, dependo e defendo ele”, disse Geovane.
Outro que jogou o derby pelo lado americano foi o técnico Betão Alcântara, que em 2008 comandou o Rubro da Copa Paulista, com dois empates de 1 a 1. “É um jogo normal e temos a necessidade de vencer. O A-2 são jogos iguais, onde que errar mais perde”, disse Betão.
Por coinscidência, Betão comandou naqueles dois clássicos o meia Rodolfo - que hoje volta a defender o Rubro. “Estou muito feliz em poder disputar um jogo tão importante como este.
Agora, os dois times estão em busca do acesso à elite do Campeonato Paulista. A disputa é mais importante e claro mais acirrada. Espero que o nosso time consiga a vitória”, disse Rodolfo, que no atual elenco americano está atuando como meia-atacante. “É uma posição diferente e me adaptei bem. Seria bom marcar no derby”, acrescentou.
Jacaré detém o maior público
Apesar da larga vantagem de vitórias do Rubro em derbys (33 contra 10), é do Jacaré o maior público em clássicos. A marca foi registrada no dia 18 de março de 2001, pelo primeiro turno do Campeonato Paulista A-2 daquele ano, quando 15.518 pagantes acompanharam o empate de 2 a 2 entre Rio Preto e América, no estádio Riopretão.
O maior público do Rubro num clássico foi de 12 mil torcedores no amistoso de 7 de setembro de 1985. Na ocasião, o jogo foi realizado no extinto estádio Mário Alves Mendonça, e o placar também ficou em 2 a 2.
O menor público foi de apenas 64 pagantes no empate sem gols disputado em 22 de agosto de 2004 no Teixeirão, pelo segundo turno da Copa Federação Paulista de Futebol, atual Copa Paulista.
Rodrigo Ferreira- Total A2
